Construção do sistema viário deve iniciar ainda em julho

Avançam as obras da nova orla de Balneário Camboriú

Prioridade será o parque que contempla as árvores. Faixa de serviços, pista de corrida, canteiro e novo calçadão são as novidades


Balneário Camboriú vai iniciar em breve um novo trecho do projeto de reurbanização da orla da Praia Central.

Segundo o prefeito Fabrício Oliveira (PL), o adiamento do prazo aconteceu para implantação de melhorias na área do parque e porque foi previsto um novo sistema viário, com obras que devem iniciar até 25 de julho. 


“A prioridade é fazermos primeiro o parque que contempla as áreas das árvores já existentes até a areia”, frisa. Na nova configuração, a avenida Atlântica seguirá com duas faixas de veículos, mas ganhará uma faixa de serviços, uma via de micromobilidade, uma pista de corrida, canteiro de árvores e novo calçadão. Entre o passeio e a faixa de areia, haverá canteiros de restinga. 


Parque linear

O próximo trecho da reurbanização vai abranger a parte sul da orla, contemplando os lotes 14 e 15 (entre as ruas 4000 e 4100), após a finalização dos trechos 17 (obras atuais) e 18. “Trata-se de uma obra muito grande, de mais de 40 mil metros quadrados de parque, sem incluir o sistema viário”, informa o prefeito. 

Na medida em que as obras avancem para novos trechos, a orla vai se transformando num grande parque linear. No total, os 18 trechos vão somar 250 mil metros quadrados de revitalização. O primeiro trecho é tocado pela construtora FG, num modelo inédito de compensação de outorgas onerosas da construção civil.


“A obra de reurbanização neste modelo de outorgas onerosas é um modelo novo, o projeto é inovador e amplo, será construído um parque à beira-mar e isso demanda tempo. A execução através de outorgas pode contemplar mais de um trecho”, explica. Além disso, em conjunto com a reurbanização, a prefeitura fará mais duas grandes obras, que são as macrodrenagens norte e sul. 

“Toda a obra conta com detalhes técnicos e de infraestrutura, pensados no bem-estar de quem vive em Balneário Camboriú e também de quem nos visita. Por isso, prezamos também pela redução dos impactos na mobilidade da cidade, principalmente nos períodos de alta temporada, onde a quantidade de pessoas em nossa Praia Central aumenta significativamente”, ressalta Fabrício.


O trabalho entrará numa nova fase ainda neste mês, com a construção do sistema viário. Em paralelo, a prefeitura também toca a licitação para a macrodrenagem do lado norte da avenida Atlântica. 

Prevenção aos estragos das chuvas

O primeiro projeto de macrodrenagem será o do trecho norte, que vai do canal do Marambaia até a rua 2000, somando 2,4 quilômetros de extensão. A prefeitura está com a licitação em andamento. 

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Obras devem proteger a orla de alagamentos e erosão

Se o processo correr bem, sem contestações e cumpridos os prazos legais, o próximo passo é a assinatura da ordem de serviço para a empresa vencedora, permitindo que as obras comecem na primeira semana de agosto. O contrato é de R$ 12 milhões. 

Para minimizar os impactos no trânsito, o município definirá, em conjunto com a empresa, um plano de execução da obra, que tem prazo de 12 meses. Para o serviço, o município já investiu R$ 20 milhões na compra das galerias de drenagem. 

A obra foi projetada para proteger a orla de alagamentos e da erosão provocada pelas águas da chuva, completando a proteção costeira feita com o engordamento da faixa de areia. A macrodrenagem tem por base um estudo hidrográfico que abrange a região central, entre os únicos dois canais de escoamento, o Marambaia e o rio Camboriú. 


“Fizemos um estudo de todas as águas de toda bacia hidrográfica de sete quilômetros quadrados, que contempla toda a região central, onde as águas escoam para a orla e para os dois pontais. Com a orla protegida dos eventos que vêm do mar através do alargamento da faixa de areia, a obra de macrodrenagem vem para mitigar os efeitos que vem da terra, ou seja, os efeitos das grandes chuvas”, comenta o prefeito. 

Com a macrodrenagem, o escoamento será com o Marambaia, as galerias que já existem na avenida Atlântica e as duas novas implantadas pela atual gestão. “Dessa maneira, quando uma galeria estiver a ponto de transbordar, ela ocupará espaço da outra que, por sua vez, ocupará o espaço da terceira, mitigando os efeitos das chuvas e mantendo o canal do Marambaia em pleno funcionamento”, completa. 

Imóveis ainda mais valorizados 

Já no topo da valorização de imóveis no Brasil, Balneário Camboriú deve viver uma nova onda de crescimento imobiliário com a obra de revitalização da orla. Corretores de imóveis estimam que a valorização passe dos 20% na região da avenida Atlântica, podendo chegar até 30%, tornando o endereço ainda mais atrativo para investimentos.

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A valorização dos imóveis na cidade acumula alta de 6,19% em 12 meses

O presidente do Sinduscon de BC e Camboriú, Carlos Haacke, comenta que ainda não tem estimativas de valorização, mas assegura que haverá um “grande salto” em qualidade de vida para todos que moram na cidade e, em especial, naquela região da orla.

“Com a praia revitalizada, os passeios ficarão mais agradáveis aos moradores e turistas, colocando nossa cidade ainda mais na vitrine nacional e internacional, sendo destaque na mídia e atraindo ainda mais visitantes e investidores”, comenta.

Nos últimos meses, o preço do metro quadrado residencial na cidade teve alta acima da média nacional, com uma taxa de 1,17% em maio e de 0,87% em junho, superando, respectivamente, as médias de 0,74% e 0,61% do país, de acordo com dados do Índice FipeZap. A cidade acumula alta de 6,19% em 12 meses, ante taxa nacional de 6,17%, alcançando em junho o preço de R$ 13.259 o metro quadrado.


Em comparação, a média nacional, entre as 50 cidades pesquisadas pelo indicador, é de R$ 9020. Segundo o Sinduscon, a tendência de valorização tem se mostrado consistente nos últimos meses. Em abril, o aumento já foi de 0,70%, também acima da média nacional de 0,66%. Apesar da alta da valorização em 2024 um pouco abaixo da taxa nacional, de 3,56%, até junho, a cidade está consolidada no topo do índice.

Conforme o Sinduscon, a cidade continua a atrair investimentos e novos moradores devido à sua qualidade de vida, beleza natural e infraestrutura de alto padrão, além de ser um destino turístico consolidado. A expectativa é também atrair cada vez mais projetos mais inovadores.

“A construção civil em Balneário Camboriú é referência para o país e até para países vizinhos já há algum tempo. Não raro recebemos equipes de colegas da área para visitas técnicas aos nossos empreendimentos. Isso ocorre pelo perfil dos nossos empresários, mais arrojados e inovadores, e pelo porte de nossas obras, mais robustas, altas e utilizando tecnologia de vanguarda”, destaca Haacke.

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Nova orla da Praia Central

• Reurbanização: divisão em 18 trechos, com a primeira parte de 230,45 metros, entre as ruas 4400 e 4600, na Barra Sul

• Infraestrutura: jardim linear, canteiros de árvores e jardins drenantes, faixa de micromobilidade, pista de corrida, via de serviços, decks de acessos e equipamentos. Nova calçada também em frente aos prédios

• Paisagismo: arborização dividida entre sombreiros, mudas de vegetação nativa, arbustos, palmeiras e massas arbustivas. Serão 1820 árvores na orla – uma a cada 137 metros quadrados de reurbanização

• Mobiliário urbano: 200 mesas com cadeiras, 115 bancos orgânicos, 154 bancos gaivotas, 277 postes viários e 57 mobiliários urbanos para informação

• Inovações: sistemas de sonorização, telegestão, telemetria e fiação rebaixada. O projeto de fiação subterrânea prevê investimento de R$ 200 milhões


• Áreas de lazer: 12 playgrounds com 53 brinquedos, seis dog parks, dez canchas de bocha, quatro academias e 16 unidades de alongamento. E mais dois pontos de apoio de surf, 61 quiosques – 24 maiores e 37 menores – e três ranchos de pesca

• Segurança pública: 237 câmeras na orla, sendo 47 OCR, 40 speed dome e 150de monitoramento. E mais de 1000 postes para pedestres e dez postos de salva-vidas, além de pontos de apoio de segurança, com presença da PM e GM

• Gestão de resíduos: 270 contentores subterrâneos, agrupados em seis unidades em cada travessia, e 878 lixeiras

• Acessos: 38 deques de acesso à praia e seis rampas para pessoas com deficiência. E mais 37 chuveiros, 245 paraciclos, 133 postes de iluminação LED na areia e 11 paradas de ônibus

• Macrodrenagem: trechos norte, da rua 2000 até o canal Marambaia (2,4 km), e sul, da rua 2000 até a rua 3900 (1,83 km). Outro 1,5 km de tubulação conectará o interior da cidade à orla


Fotos: João Batista e Paulo Giovany